A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) promoveu, no dia 20 de agosto, uma palestra ministrada por Márcio Paulo Naumann, Gerente do Suporte Operacional da UO-BS e Marcos Vinícius de Mello, Gerente de meio ambiente da UO-BS, abordando como serão realizados os investimentos em pesquisa e tecnologia para encontrar e produzir o petróleo localizado entre as rochas. A maior parte das reservas de óleo & gás estão em campos marítimos, em águas profundas e ultraprofundas.
Durante a palestra foi ressaltada a importância de soluções de engenharia para a Bacia de Santos, que tem uma área total de 350 mil quilômetros quadrados e se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC). Os gerentes da Petrobras também lembraram que a operação no pré-sal começou em 2009 e oferecem oportunidades para o setor.
“A produtividade dos reservatórios do pré-sal é enorme, tanto que apenas um poço sozinho produz 70 mil barris por dia. Porém, ainda temos muitos desafios, muitas soluções para desenvolver e implantar. Por isso, o setor de engenharia é uma importante parceira. ”, comentou Márcio Paulo Naumann, Gerente do Suporte Operacional da UO-BS.
Vantagens da Bacia de Santos
Márcio também comentou as vantagens da Bacia de Santos e do pré-sal em termos de volume e produtividade em comparação com qualquer outro sistema do mundo. Ainda de acordo com o Gerente, a Petrobras está estabelecendo as atividades de Pré-sal em Santos, devido ao melhor retorno e potencial, e vendendo gradativamente por meio de um programa de gestão e portfólios os campos mais antigos.
“A parcela de óleo produzidos pelas empresas operadoras desses contratos passam a ter direito a partir do início de produção. O que a gente varia entre 10% e 70%. Ou seja, projetos de maior interesse e maior potencial o governo tem uma participação maior, cujo regime contratual será da partilha da produção”, informa Márcio.
Durante o evento, Marcos Vinícius de Mello, Gerente de meio ambiente da UO-BS, comentou as características para o licenciamento ambiental para as operações Offshore na Bacia de Santos. “Cada licenciamento segue etapas em grupos. Para implantarmos nossos empreendimentos, passamos por processos de licenciamento ambiental, que incluem a análise dos possíveis impactos na região. No caso do pré-sal, desde 2019, na primeira etapa, foram licenciadas três unidades de produção. Já na segunda etapa, foram 12 unidades . Na etapa três, finalizada esse ano,13 unidades de produção foram autorizadas”.
A importância da SNUC – LEI 9.985/2000
Além disso, Marcos também comentou sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC – LEI 9.985/2000), que é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais, cujos objetivos específicos são desenvolvidos para contribuir com a sustentabilidade e conservação das variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais.
“ A LEI leva em consideração um valor de meio por cento tem que ser disponibilizado para Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Ou seja, esse é um custo adicional para a empresa”, finaliza Marcos.
ABEMI e a agenda de palestras 2019
Segundo Gabriel Aidar Abouchar, presidente da ABEMI, uma das maiores preocupações da Associação é a queda de investimentos em infraestrutura, que está em um dos menores níveis históricos em relação ao PIB e pode se agravar com os cortes e bloqueios de orçamentos, prejudicando não só a engenharia, mas todos os setores econômicos e o país. “Investimentos em infraestrutura possuem grande efeito multiplicador devido à sua ampla cadeia produtiva, intensidade de mão de obra e necessidade de utilização de máquinas e equipamentos pesados”, explica.
Com perspectiva de crescimento do PIB de apenas 1% em 2019, fomentar os investimentos em infraestrutura é condição necessária para geração de emprego e renda, redução de desigualdades e melhoria da competitividade, impulsionando assim a retomada da atividade econômica nos próximos anos. Levando essa perspectiva em consideração, a ABEMI oferece vários eventos relacionados a Engenharia Industrial.
Outro foco da Associação este ano é a promoção da cadeia de negócios do setor. “Temos uma agenda relevante e estruturada para continuar nosso trabalho em defesa da engenharia nacional, que é um setor fundamental para a geração de empregos, para melhorar a competitividade brasileira e a qualidade de vida das pessoas”, destaca o diretor-presidente da ABEMI.
Editora Conteúdo/Marciel Oliveira