Conquista de novos associados, incremento do número de eventos, parcerias, novos grupos de trabalho e lançamento do Código de Conduta. Em diversas frentes, o balanço das atividades da ABEMI, que desde março está sob a gestão de Gabriel Aidar Abouchar, foi muito positivo em 2019. Norteada por um planejamento estratégico ambicioso, apesar de um caixa restrito, a nova diretoria conseguiu realizar muitas iniciativas inovadoras, avançando ainda mais na trajetória que tinha sido iniciada pela gestão anterior de reinserir a ABEMI entre as principais entidades de representação do país.
“Em oito meses e meio, fizemos oito palestras exclusivas com convidados de grande destaque em suas áreas de atuação e com temáticas variadas, como cogeração de energia, compliance, infraestrutura, saneamento, óleo e gás, oportunidades de investimentos”, destaca Gabriel Aidar. Segundo ele, a agenda de palestras da ABEMI oferece a oportunidade de vislumbrar tendências de mercado e de trocar experiências, além de expandir a rede de contatos. “Vamos dar continuidade em 2020 a esses eventos”, avisa.
Integridade, competitividade e produtividade
Para endereçar os temas integridade, competitividade e produtividade, uma das ações foi o estabelecimento de parcerias. Com a TRACE International, por exemplo, cuja gerente de desenvolvimento de negócios, Martha Mallory, foi uma das convidadas do ciclo de palestras de 2019, a ABEMI firmou uma parceria que oferece aos associados e à sua rede de clientes e fornecedores condições especiais para a certificação de compliance e due diligence. “Vamos trabalhar em 2020 para que a certificação TRACE, que é mais rápida e tão boa quanto a ISO, seja aceita pelo mercado brasileiro, já que é reconhecida internacionalmente”, afirma o diretor da ABEMI, Joaquim Maia.
Já a parceria mais recente, firmada em novembro com o LEAN INSTITUTE BRASIL (LIB), visa ajudar os associados na otimização de processos e na eliminação de desperdícios. Segundo Gabriel Aidar, e uma parceria muito bem-vinda, já que as empresas de engenharia e demais associados precisam reduzir custos e otimizar processos e a gestão. Em relação à produtividade, há a parceria com a BEENOCULUS, que também é associada da ABEMI e oferece cursos imersivos em realidade virtual para capacitação de mão de obra, o que permite reduzir em até seis vezes o tempo de capacitação em comparação com os métodos tradicionais e aumentar a absorção dos conteúdos.
A parceria com a VC Seguros, que tem 19 anos de mercado e também é associada da ABEMI, visa reduzir custos em até 15% e aumentar a eficiência e controle da gestão ocupacional, medicina preventiva e securitização. Segundo Gabriel Aidar, além de oferecer condições diferenciadas aos associados.
Grupos de trabalho
Cinco grupos de trabalho atuantes tratam de temas relevantes para as empresas do setor.
- O Compliance, por exemplo, acaba de lançar o Código de Conduta da ABEMI. O grupo de Produtividade criou, em parceria com o SENAI, dois cursos de especialização buscando contribuir para melhorar a formação dos trabalhadores nos canteiros de obra.
- O grupo de Tecnologia e Inovação promoveu eventos para aproximar a ABEMI das startups e está articulando a associação da ABEMI ao CII (Construction Industry Institute), um instituto sediado na Universidade do Texas – EUA, que pesquisa e promove a aprendizagem e a implantação de boas práticas, com sustentabilidade e eficácia em projetos EPC. “Seremos a primeira associação do Brasil a fazer parte do CII”, destaca Gabriel Aidar.
- Já o grupo de trabalho do Jurídico tem apoiado a diretoria da ABEMI nas reuniões externas. Há também um grupo que trata especificamente de questões trabalhistas. Um outro trata de geração de empregos e está trabalhando para buscar uma atuação conjunta com a ABIMAQ em defesa do conteúdo nacional.
- O de saneamento, meio ambiente e resíduos está acompanhando o desenrolar da nova lei de saneamento e atuando para identificar as oportunidades para os associados.
Apesar do mercado ainda desafiador, com criatividade e comprometimento a ABEMI tem conseguido ampliar o número de iniciativas, e isso tem ajudado a atrair novos associados. Em 2019, 13 empresas aderiram à ABEMI, que termina o ano com 42 associados, entre eles companhias de outros setores, como advocacia, seguros, startups, benefícios e meio ambiente.
A mudança da sede da ABEMI da Avenida Paulista para a Rua Tabapuã é outra conquista importante em 2019. A associação passou a ocupar um escritório mais moderno e funcional, numa região tranquila e com excelente localização, e ainda conseguiu uma significativa redução de seu custo fixo, já que no novo endereço o auditório é coletivo e pago apenas mediante o uso, não fazendo mais parte da área privativa da ABEMI.
Planos para 2020
Prestes a iniciar o seu segundo ano de mandato, Gabriel Aidar diz que ele e a diretoria estão extremamente motivados para fazer ainda mais no ano que começa. Uma das novidades é que está sendo planejada a primeira missão internacional da ABEMI. A previsão é visitar uma feira e um estaleiro em Xangai, numa viagem de 12 dias.
“Vamos criar mais um grupo de trabalho que vai tratar de assuntos financeiros, como garantias, seguros, bancos e financiamentos. Outra novidade será uma atuação articulada com as Câmaras de Comércio inglesa, americana, alemã e espanhola, buscando oportunidades para EPCistas brasileiras”, antecipa Gabriel Aidar.
O presidente da ABEMI afirma que 2020 deverá ser um ano bom, mas espera uma reação mais significativa da economia somente em 2021, um ano sem eleições. “Deverá ser o melhor ano deste Governo com ministros que estão apresentando um bom desempenho, em especial nas áreas econômica e de infraestrutura”, afirma. Para ele, a projeção de crescimento de 1,5% a 2% em 2020 ainda não será suficiente para que as empresas do setor de engenharia, que estão lutando para se manter, comecem a prosperar.
A reforma da previdência é importante, mas seus reflexos serão sentidos a longo prazo. Por isso, os empresários anseiam pelas reformas tributária e administrativa, que vão mexer com o custo Brasil, mas terão mais dificuldade para aprovação. Para o Brasil atrair investimentos em infraestrutura, Gabriel Aidar alerta que é preciso melhorar a segurança jurídica. Ele acredita que o leilão do pré-sal, em novembro, não obteve sucesso em razão da insegurança jurídica. “As reformas administrativa e tributária têm de acontecer. Estamos 20 anos atrasados com isso”, conclui.
Editora Conteúdo/Abgail Cardoso