A ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial realizou o encontro “ESG na Prática”, reunindo profissionais e especialistas do setor para discutir a aplicação efetiva dos princípios ambientais, sociais e de governança nas empresas de engenharia e infraestrutura. O evento foi sediado na COBRA Brasil e teve como propósito compartilhar experiências, inspirar boas práticas e aproximar diferentes visões sobre os desafios da sustentabilidade corporativa.
Na abertura, Jaime Llopis, diretor da COBRA e membro da diretoria da ABEMI, destacou a relevância crescente do tema dentro das organizações.“A importância do ESG vai além de preceitos legais ou contratuais. Ela reflete uma convicção real de que é preciso ser atuante e comprometido com essas questões — não só individualmente, mas como cultura corporativa”, afirmou. Jaime também ressaltou o papel dos comitês da ABEMI como instrumentos de disseminação de conhecimento e fortalecimento do vínculo associativo: “Os comitês possibilitam que mais profissionais participem das atividades e ampliam a capilaridade da ABEMI, reforçando o valor da associação e seu protagonismo no setor de engenharia.”
A condução do evento ficou a cargo de Patrícia Fiad, coordenadora jurídica na EGTC Infra e coordenadora do do Comitê de ESG da ABEMI, que abriu o debate convidando os participantes a uma troca de experiências. “A ideia aqui é um bate-papo — uma troca de ideias e, quem sabe, de parcerias. Nosso propósito é transformar conhecimento em ação, mostrando como o ESG se traduz na prática dentro das empresas”, destacou.
A coordenadora de Compliance do Grupo COBRA, Jaqueline Barros, ressaltou a importância de alinhar discurso e prática, especialmente na governança corporativa e na gestão de fornecedores.“Tratar ESG exige coerência. Não basta ter um programa — é preciso garantir transparência e envolver as pessoas nesse processo. Só assim conseguimos transformar políticas em resultados reais.”
Pauta ambiental
O debate sobre o eixo social foi conduzido por Bruna Alves, analista de Responsabilidade Social do Grupo COBRA, que abordou o avanço — e os desafios — da diversidade e inclusão no setor.“A diversidade ainda é um tema desafiador em um setor majoritariamente masculino, mas é essencial lembrar que as empresas são feitas de pessoas. Investir em inclusão e bem-estar é investir na sustentabilidade do negócio”, afirmou. Bruna também apresentou o Censo Educacional da COBRA, iniciativa voltada a mapear o perfil dos colaboradores e dar base a políticas consistentes de diversidade. Ao tratar das mudanças climáticas e seu impacto nas desigualdades sociais, Bruna destacou o papel das empresas em apoiar a resiliência das comunidades onde atuam: “Toda empresa que se estabelece em uma localidade contribui para mudar a dinâmica social. Temos o dever de apoiar a resiliência dessas comunidades e de incluir suas realidades na transição energética e ambiental.”
O Luiz Henrique Gomes, gerente de Contencioso e Relações Institucionais do INEA, acrescentou uma importante reflexão sobre a dimensão ambiental e a integração entre sustentabilidade e eficiência: “O desafio é fazer com que a pauta ambiental caminhe junto com a governança e a produtividade. O ESG só é efetivo quando está incorporado na estratégia de negócios e não apenas em relatórios. Eficiência energética e responsabilidade ambiental precisam andar lado a lado na engenharia moderna.”
Encerrando o encontro, os palestrantes reforçaram que o ESG é um processo contínuo, construído com base em diálogo, coerência e propósito coletivo. “Gerenciar impacto social e ambiental requer atenção constante. O ESG não pode ser apenas um discurso corporativo — ele precisa estar presente nas decisões do dia a dia”, concluiu Jaqueline.
Melissa Kechichian