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Começa a operar a décima terceira plataforma na área do pré-sal na Bacia de Santos

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Com 86 dias de antecedência, entrou em operação a plataforma P-74, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro campo a operar em regime de cessão onerosa. Localizada a 200 km da costa do Estado do Rio de Janeiro, com 2 mil metros de profundidade, a P-74 é a décima terceira plataforma em operação no pré-sal brasileiro, segundo a Agência Petrobras, e uma das oito plataformas previstas para partir este ano, de acordo com a Agência E&P Brasil, que devem ampliar a produção brasileira em 1 milhão de barris por dia.

Trata-se de uma plataforma do tipo FPSO – plataforma flutuante que produz, armazena e transfere petróleo e gás. Sua capacidade diária é de 150 mil barris de óleo e de 6,5 milhões de m3 de gás. A construção foi feita pela EBR Estaleiros do Brasil, empresa dedicada à execução de projetos de construção offshore da TSPI (Toyo Setal Participações e Investimentos).

O gerente comercial da EBR, Luiz Felipe White Lima Camargo, explica que o escopo do estaleiro na execução do FPSO P-74 incluiu a execução da engenharia de detalhamento da planta de processo, fornecimento de materiais e equipamentos, gerenciamento do projeto, construção, montagem, integração e comissionamento da plataforma.

A planta de processo, 11 módulos, o pipe rack central e o riser pipe rack foram integralmente construídos no estaleiro da EBR, localizado na cidade de São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Outros cinco módulos foram subcontratados na Ásia, sob gestão da EBR. “Do total de 29 mil toneladas da planta de processo, mais de 24 mil foram fabricadas no estaleiro da EBR, atingindo alto nível de conteúdo local. A P-74 saiu do estaleiro com 60 dias de antecedência do prazo contratual e com altíssimo nível de acabamento e qualidade, o que é um grande diferencial do trabalho da EBR”, destaca Luiz Felipe.

Segundo ele, essa antecipação no cronograma do projeto foi determinante para o primeiro óleo da P-74 fosse obtido com quase três meses de antecedência do prazo contratual exigido pelo cliente. O executivo afirma ainda que o sucesso na conclusão da construção da P-74 comprova a capacitação do EBR na execução de projetos complexos e coloca o estaleiro entre os principais players do mercado para executar novos projetos offshore no Brasil.

 Na reta final

Até o fim do ano, deverá ser entregue à Petrobras para testes operacionais a P-76, um navio petroleiro transformado em plataforma, a segunda maior do mundo, que será instalada no campo de Búzios 3, também área do pré-sal, com capacidade de produção de 150 mil barris por dia.

O projeto ficou a cargo da Techint, que realizou duas etapas relevantes do empreendimento. A primeira foi a construção de 15 dos 20 módulos da plataforma em sua unidade no Pontal do Paraná (PR). Agora, está realizando a integração ao casco dos 20 módulos (sendo dois construídos no Brasil por outra empresa e três, de menor complexidade, foram importados).

Em andamento desde 2014 na unidade Pontal do Paraná, o projeto está na etapa final e envolve diariamente 5 mil trabalhadores, sendo 70% mão de obra da região. “É o maior projeto offshore que Pontal do Paraná já recebeu”, destaca o presidente da Techint, Ricardo Ourique.

Segundo ele, a empresa desenvolveu a engenharia básica e de detalhamento e foi responsável por toda a compra de materiais e equipamentos, além da montagem eletromecânica de todo o topside. Está fazendo agora a conversão do casco de um antigo petroleiro para uma plataforma.

“É importante destacar que a construção dos módulos foi feita no Brasil, atingindo 71% de conteúdo local, mais do que previa o contrato. Conseguimos mostrar com esse projeto que é possível fazer conteúdo local de alta qualidade no país, com preço competitivo e gerando emprego qualificado”, afirma Ourique.

O presidente da Techint afirma que a empresa é uma das poucas no país com estrutura plenamente apta a atender demandas de construção de plataformas flutuantes. Ele ressalta que a empresa contribui para a economia da região onde atua ao priorizar sempre a mão de obra local e a cadeia de fornecedores, que souberam aproveitar a oportunidade do empreendimento para se colocarem na atividade das grandes plataformas para o pré-sal brasileiro.

Ourique lembra ainda que a empresa participou de obras muito importantes para o país e é referência em conteúdo local de qualidade em offshore, área em que atua há 40 anos. “Sem dúvida, atualmente o mercado de óleo e gás é importante para a empresa. As últimas rodadas do pré-sal foram positivas, o mercado está retomando e estamos confiantes em novos contratos em breve”, acredita.

O que é cessão onerosa

A União cedeu à Petrobras o direito de exercer, por meio de contratação direta, atividades de exploração e produção em áreas do pré-sal que não estão sob o modelo de concessão, limitadas ao volume máximo de 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural. O contrato tem 40 anos de validade, prorrogáveis por mais cinco anos.

Editora Conteúdo/Abgail Cardoso

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