A ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) está liderando um grupo multidisciplinar de trabalho que tem por objetivo definir ações para a implantação de fábricas de fertilizantes no Brasil, minimizando assim a dependência de importação. Para tanto, este grupo preparará uma pauta de sugestões de políticas públicas para a viabilização de quatro a cinco unidades fabris de fertilizantes, tendo o gás natural (oriundo do pré-sal de Santos e dos pós-sal de Sergipe, entre outros) como matéria prima essencial para a produção de amônia e ureia.
O objetivo básico deste grupo técnico e multidisciplinar é o estudo do escoamento do gás necessário a produção, a custos competitivos (padrão internacional). O grupo inicial é formado também pela ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química); SINPRIFERT (Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes), SEDETEC (Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Sergipe) e CNT (Confederação Nacional do Transporte), além da ABEMI. Estão previstas a inclusão de outras associações.
Joaquim Maia, presidente da ABEMI, explica que “o setor agrícola é estratégico para o Brasil, por ser um do principal componente do PIB, e por consequência, o maior exportador brasileiro, sendo inclusive o maior gerador de divisas. O país possui reservas de gás natural suficientes, o que poderá atender plenamente a demanda de fertilizantes (atual e futura), além de ser um insumo precioso para a indústria química e geração de energia, com baixo impacto ambiental.
Atualmente, a dependência do fornecimento externo de fertilizantes vem aumentando, sendo que em 2020, este porcentual chegou em 83%. Na última atualização, que compreende o período até novembro de 2021, a fatia do produto estrangeiro beirava os 85%. A crise de suprimentos ficou ainda mais evidente com a guerra da Ucrânia.
Impacto na economia
A ABEMI considera que o desenvolvimento da produção fertilizantes no Brasil terá forte impacto na economia, gerando oportunidades para os setores de fabricação, engenharia industrial e serviços técnicos especializados. Para cada fabrica, estima-se um investimento na ordem US$ 1,5 bilhão.
A contribuição da ABEMI, além da coordenação deste grupo, se concentrará na seleção das rotas tecnológicas, avaliação de CAPEX, prazos de implantação, análise da viabilidade técnica dos empreendimentos, bem como da logística para transporte e escoamento do gás natural.
Este grupo, afirma Maia, “conta com o apoio da presidência do Senado Federal, conforme reunião realizada no início de julho e das principais associações envolvidas no tema. Aconteceu nova reunião na sede da ABEMI, em São Paulo, quando foi dada a partida para o início do estudo, sendo que as prioridades estão voltadas inicialmente para a unidade de fertilizantes em Uberaba (MG) e o polo de fertilizantes em Sergipe.
Participaram deste último encontro, diversos executivos de entidades associativas, além de políticos:
Anderson Adauto (Ex-Ministro da República)
André Macedo – Diretor Administrativo TGBC (Transportadora de Gás Brasil Central) – Grupo Suarez.
André Passos Cordeiro – Diretor de presidente Comunicação e Relações Institucionais da ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química)
Bernardo Silva – Diretor Executivo da SINPRIFERT (Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes)
Bruno Batista – Diretor Executivo da CNT (Confederação Nacional do Transporte)
Elaine Radel – Gerente Executia de Desenvolvimento do Transporte (Confederação Nacional do Transporte)
David Roquetti Filho – assessor da Presidência da ABEMI para o tema de fertilizantes
Jayme Seta – Engenheiro, ex-Petrobras com larga experiência em SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança), especializado em licenciamentos ambientais de dutos e unidades industriais.
Joaquim Maia – Presidente da ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial)
Marcelo dos Santos Menezes – Superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Sergipe
Matias Cerrato Fernandez – Diretor Executivo ABEMI
Paulo Kazuo Tamura Amemiya – Engenheiro, empregado aposentado da Petrobras. Atualmente é consultor independente especializado em fertilizantes
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