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Índice de Confiança Empresarial tem ligeiro avanço, mas intenção de investimento cai

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Indicadores da FGV mostram que o clima de incertezas e o baixo crescimento da economia reduzem o ímpeto de investimentos industriais. No terceiro trimestre de 2018, o Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, apurado pela Fundação Getulio Vargas, caiu 3,1 pontos, quando comparado com o trimestre anterior, ficando em 113 pontos – o menor nível desde o terceiro trimestre do ano passado.

É a segunda queda consecutiva desse indicador, que se mantém, porém, acima dos 100 pontos, nível em que a proporção de empresas prevendo aumentar o volume de investimentos produtivos nos 12 meses seguintes é superior à das que projetam reduzir os investimentos. Nessa sondagem, foram ouvidas 656 empresas, entre os dias 2 de julho e 31 de agosto.

Redução da confiança

O recuo na intenção de investimentos da indústria reforça o quadro traçado pelo Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV, que avançou apenas 0,9 ponto em julho. Entre os subindicadores que compõem o ICE, está o Índice Expectativas, que caiu 0,2 ponto nesse mês. “Foi a terceira queda seguida do Índice de Expectativas, indicando que a redução de otimismo dificilmente será revertida até que as incertezas eleitorais se dissipem”, explica Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas públicas da FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia).

O ICE consolida os índices de confiança de quatro setores: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. A maior alta em julho foi a do Índice de Confiança da Construção, que avançou 1,7 ponto, ficando em 81 pontos – o mais baixo dos quatro setores. Já o Índice da Indústria ficou estável, o do Comércio recuou 0,8 ponto e o de Serviços teve uma variação positiva de 0,8 ponto.

Quadro de estagnação

Na avaliação do economista Antonio Corrêa de Lacerda – professor-doutor do Programa de Estudos Pós-graduados de Economia e Política da PUC-SP e sócio-diretor da AC Lacerda, consultoria especializada em macroeconomia –, o Brasil vive uma estagnação. “A economia, depois de uma queda da ordem de 7% no acumulado do PIB em 2015/2016, teve um crescimento estatístico de 1% em 2017 e, este ano, deverá repetir o mesmo desempenho, o que é muito pouco porque a base é muita baixa”, analisa.

Segundo ele, particularmente nos investimentos da indústria, a queda é mais intensa. “Estamos nos recuperando lentamente, num nível muito baixo. Nesse ambiente, o espaço para investimentos fica muito limitado. Além disso, o governo travou o BNDES e, ao mesmo tempo, não cuidou para que houvesse uma alternativa no mercado privado para o fornecimento de linhas de crédito e financiamento para fluxo de caixa e investimentos”, destaca.

O economista lembra, ainda, que existem as restrições impostas pela Emenda Constitucional 95, que impõe um teto nos gastos públicos. “O ponto fundamental é que não há quadro favorável para os investimentos, para a retomada. Tudo vai depender agora das políticas econômicas que vierem a ser adotadas pelo novo governo para colocar como prioridade não o ajuste fiscal, e sim o crescimento. O ajuste fiscal tem de ser instrumento para viabilizar o crescimento”, conclui.

Editora Conteúdo/Ines Caravaggi

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