Depois de sofrer com a greve dos caminhoneiros, o desempenho do setor do aço será afetado pelo aumento do protecionismo no mundo. As vendas internas de aço deverão aumentar em 5% este ano, totalizando um volume de 17,7 milhões de toneladas. Em comparação com 2017, a produção crescerá 4,3%, enquanto as exportações deverão cair 0,6%. Já o consumo aparente de aço deve subir 4,9%, segundo previsões do Instituto Aço Brasil, que reúne as empresas do setor.
Mesmo sendo positivos, os números foram revisados para baixo em relação às expectativas do setor no início de 2018. Isso se deve, principalmente, à não retomada do crescimento econômico como esperado. Segundo o Instituto, a greve dos caminhoneiros ocorrida em maio passado, contaminou parte do crescimento da indústria do aço em 2018 tanto no mercado interno como nas exportações.
Os números do primeiro semestre apontaram uma expansão de:
- 9,9% nas vendas internas, que totalizaram 8,8 milhões de toneladas, enquanto o consumo aparente alcançou 10,1 milhões de toneladas, um aumento de 9,3%.
- A produção nos primeiros seis meses do ano cresceu apenas 2,9%, ficando em 17,2 milhões de toneladas.
- Já as exportações caíram 5,7%, enquanto as importações subiram 5,6% no período.
O impacto da sobretaxa americana
De acordo com o Instituto Aço Brasil, as empresas brasileiras têm buscado a exportação para ampliar a utilização da capacidade instalada de produção de aço, que estava, em média, em 68% no primeiro semestre de 2018.
Mas o conturbado cenário internacional se deteriorou ainda mais desde o início de março, com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer tarifa de 25% para o aço importado e, posteriormente, negociar cotas de exportação para o aço de alguns países, entre os quais o Brasil.
Na avaliação da entidade que congrega as empresas do setor, essa medida impactou as projeções para o ano, considerando o fechamento de outros mercados na esteira da decisão americana.
Editora Conteúdo / Inês Caravaggi