É com muito orgulho e confiança que assumo esse desafio à frente da ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) pelos próximos três anos. Há mais de 20 anos, tenho um relacionamento intenso com a Associação. Exerci diversos cargos de Diretoria e Conselho nas últimas gestões. Mas, meu respeito à ABEMI, na verdade, tem mais de 40 anos. Já nos anos 70, Geraldo Jorge Ferreira, da CE Setal Lummus, e Manuel Lopes, da Ultratec, me ensinaram a respeitar e a entender muito bem o valor da ABEMI.
Estou muito animado para continuar o trabalho de fortalecimento da ABEMI, que foi tão bem conduzido pela gestão de Nelson Romano, apesar de uma conjuntura econômica tão desfavorável e não medirei esforços para a consecução dos objetivos traçados no nosso planejamento estratégico.
Nossas prioridades já estão definidas e temos planos de ação robustos e encaminhados, pois não podemos perder tempo. Nesses três anos, vamos trabalhar em prol da competitividade e com foco na integridade. Estamos articulando, por exemplo, uma parceria com o Senai para a melhoria da formação de mão de obra e qualificação do trabalhador e temos grupos de trabalho focados em inovação, tecnologia, produtividade e processos.
O tema integridade, que já vinha sendo trabalhado na gestão anterior, terá continuidade. Queremos que nossos Associados deem um salto importante na área de “compliance” e reforcem seu compromisso com a ética e a transparência. Estaremos aperfeiçoando o programa de integridade, com a implantação de um canal de denúncias e um acordo com a Trace, uma empresa norte-americana certificadora de “compliance”, entre outras iniciativas.
Buscamos ainda dar continuidade às ações de sustentabilidade e fortalecimento da Associação pela aproximação com outras Associações, com órgãos governamentais e câmaras de comércio. Outros temas que estão em nosso radar são a defesa da segurança jurídica dos contratos e a manutenção do equilíbrio entre as partes, com fluxo de caixa neutro, bem como a disponibilização de linhas de capital de giro competitivas X contratos como garantia, a reavaliação das oportunidades de desoneração e reduções da carga tributária das empresas e o aperfeiçoamento da reforma trabalhista.
Também pensamos em ações para aumentar a receita da ABEMI – por meio da conquista de novos Associados, realização de eventos, locação de espaços e do auditório – e para renovar as lideranças, garantindo a perenidade de nossa Associação. Enfim, temos uma agenda relevante, que acreditamos trará muito valor aos Associados. Mas, estamos sempre abertos a novas sugestões. Queremos que frequentem a nossa casa, tragam suas ideias.
Por fim, não poderia deixar de mencionar a grande preocupação que temos a respeito da dificuldade que passa o mercado. O novo governo já passou de 100 dias e ainda aguardamos as necessárias mudanças. Os investimentos, de fato, ainda não vieram. Enquanto isso, muitas empresas do nosso setor, que têm grande potencial de geração de emprego, continuam com baixa carteira de negócios.
Em vez de se preocupar com ideologias e costumes, o foco do governo tem de ser a macroeconomia, o controle da inflação, a redução dos juros, a desburocratização, a aprovação da reforma da previdência e a política industrial. São condições essenciais para uma economia saudável, para o crescimento de longo prazo e para expansão segura dos negócios e do emprego.
Nossa parte já estamos fazendo com muito trabalho e dedicação, juntamente com a Diretoria e o Conselho da ABEMI.