A ABEMI, através do subcomitê de CII (Construction Industry Institute), trouxe Carlos Caldas, professor do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetônica e Ambiental da Universidade do Texas em Austin, para uma apresentação online sobre Novos Modelos de Contratação, tendo em vista a importância dos processos colaborativos e de integração na melhoria do desempenho dos projetos industriais nos setores de construção e montagem.
Projetos de capital industrial são empreendimentos de negócios arriscados com tamanho, incerteza e complexidade crescentes que frequentemente experimentam crescimento no custo e no tempo de entrega e, muitas vezes, não atingem os resultados de desempenho desejados.
Conforme os dados apresentados por Caldas sobre os problemas da indústria, mostram que 98% dos empreendimentos de acima de $1 Bilhão de dólares, tem apresentado aumentos de custo de pelo menos 80%.
E ainda, 65% dos empreendimentos de grande porte não atingiram os seus objetivos de negócio. A outra informação é que 73% dos megaprojetos não terminaram no prazo determinado. E até 57% dos recursos do setor são desperdiçados, comparado com 26% de desperdício na manufatura.
O uso indevido de fundos e recursos de projetos de capital não fornece uma base estável para o desenvolvimento sustentável de negócios no setor industrial para se manter competitivo no mercado global. A consultoria McKinsey & Company identificou os seguintes fatores que impactam o desempenho de empreendimentos:
- Organização Inadequada
- Falhas na Tomada de Decisões
- Problemas de Comunicação
- Falhas no Gerenciamento
- Má Gerência de Interfaces
- Deficiências no Planejamento de Curto Prazo
- Recursos Humanos com Talento Limitado
- Gerenciamento de Risco Insuficiente
- Problemas Contratuais
O modelo de negócios atual gera perdas consideráveis, afirma Caldas, “graças ao imposto fiduciário; marcações compostas devido à hierarquia cadeia de mantimentos; múltiplas camadas de cobertura protecionista; pagamentos em atraso (crédito comercial); financiamento de dívida com juros altos; aquisição lenta e cara e, por último, a processos e cadeia de suprimentos complexa e fragmentada”. Em resumo, de US$17 a US$36 bilhões de dólares são desperdiçados por ano devido à erros de planejamento e engenharia que impactaram a execução.
Como melhorar a contratação?
Caldas apresentou o Integrated Project Delivery (IPD) que é um modelo de contratação colaborativo que utiliza e se beneficia dos pontos fortes de todos os envolvidos no planejamento e execução do empreendimento e melhora fundamentalmente os níveis de colaboração e integração em empreendimentos de construção e montagem industrial.
O American Institute of Architects (AIA) criou modelos de contratos para três níveis de implementação do Integrated Project Delivery.
“O ambiente adverso criado a partir da estrutura de eliminação de riscos dos métodos atuais de entrega de projetos não apenas impede o desempenho, mas também pode sufocar a inovação e criar ineficiências no setor de desenvolvimento de projetos industriais”, destaca o professor.
Assim, o CII avaliou o uso de maior integração e colaboração aplicando os princípios e métodos de IPD e aliança no setor industrial. Foi então testado estatisticamente e provou que o desempenho do projeto aumenta à medida que o número e a intensidade dos princípios e métodos de colaboração e integração usados aumentam usando 85 respostas de pesquisas completas de empresas membros do CII. Na sequência, Caldas apresentou a importância de se desenvolver um novo modelo de negócios, que tem como base os seguintes princípios:
· Congruência e alinhamento de metas
· Desenvolver o modelo de “Vizinhança” de empresas cooperadoras com ideias semelhantes
· Engajamento do fornecedor: Pesquisa de modelos e eficiências da cadeia de suprimentos
· Desenvolvimento de modelos colaborativos de gestão de risco que preservam a confidencialidade
· Contratação por meio de contratos inteligentes
· Desenvolvimento de plataforma colaborativa de gerenciamento de risco usando computação multipartidária
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