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ABEMI cria grupo para fomentar a inovação e estimular a colaboração entre as empresas

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A nova diretoria da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) acaba de constituir um grupo de trabalho para acelerar a inovação no setor de engenharia. O que se espera é aumentar a competitividade, ou seja, entregar projetos de melhor qualidade com custos e prazos menores.

O diretor da ABEMI Marcelo Neves Ferreira, que coordena o grupo técnico de Tecnologia & Inovação, afirma que, com essa iniciativa, a ABEMI assume o papel de pesquisar, propagar e difundir o conhecimento no setor e de estimular a colaboração entre as empresas, academia e provedores de tecnologia.

Recém-integrado à diretoria da ABEMI, Marcelo foi membro do board of advisors do CII (Construction Industry Institute) por dois anos, uma instituição de pesquisa e desenvolvimento, baseada na universidade do Texas, formada por 150 empresas líderes no setor de E&C, que tem como objetivo criar soluções inovadoras para melhorar a segurança e eficiência dos projetos de capital.

Segundo Marcelo, o grupo está trabalhando na definição de sua missão e respectivas estratégias, mas já tem identificados dois focos principais. O primeiro deles é a implementação das melhores práticas internacionais nos processos de execução de projetos, e o segundo é a fazer a conexão do setor com o ecossistema das startups.

“Precisamos de profissionais com profunda experiência em execução de projetos, que conheçam as atuais dores e os gargalos, mas também de profissionais com conhecimento em tecnologia. É a colaboração entre eles que vai nos levar às soluções de que estamos precisando”, avalia.

Marcelo Neves Ferreira, que coordena o grupo técnico de Tecnologia & Inovação, da ABEMI

É preciso correr

De acordo com o executivo, os desafios são muitos. “A profunda retração que o setor de construção vem enfrentando no Brasil levou as empresas do setor a reduzir suas estruturas e, consequentemente, o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Outro desafio importante é a necessidade de mudança de cultura nas empresas, pois nossos executivos ainda não estão preparados para aproveitar a revolução tecnológica que está em andamento”, observa. Mas o setor já percebeu que inovação não é um modismo, e sim uma questão de sobrevivência.

Marcelo diz que, em comparação com as demais indústrias, como a aeroespacial ou de manufatura, a engenharia está bastante defasada quanto à adoção de tecnologia e, consequentemente, em ganhos de produtividade. “Os projetos não evoluíram em termos de custo e prazo nos últimos anos, e essa situação é insustentável. ”

Segundo Marcelo, no setor de engenharia e construção, existem empresas se movendo no sentido de inclusão de tecnologias em seus processos, com a mecanização de processos construtivos, adoção de tecnologias emergentes, como dispositivos móveis, digitalização, internet das coisas, algoritmos, etc. Mas, no exterior, as iniciativas são mais disruptivas, visando à redução de 40% dos custos atuais dos projetos. “Precisamos correr”, alerta.

Sustentabilidade dos negócios

Ausência de uma cultura de inovação, falta de financiamento e investimentos e o cenário de crise econômica são fatores responsáveis pelo baixo grau de inovação da indústria brasileira, segundo 49% dos empresários que participaram de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Uma iniciativa da Mobilização Empresarial pela Inovação, grupo coordenado pela CNI, o levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, ouvindo CEOs, presidentes e vice-presidentes de 100 indústrias – 40 de grande porte e 60 pequenas e médias.

Apenas 6% dos entrevistados consideram a indústria brasileira muito inovadora. Um em cada três empresários ouvidos acredita que será preciso dar um salto de inovação nos próximos cinco anos para garantir a sustentabilidade dos negócios. Para um terço dos entrevistados, o grau de inovação da indústria será alto ou muito alto dentro de meia década, principalmente por necessidade.

“Diante de uma nova revolução industrial, a inovação ocupa papel primordial, mais importante do que nunca”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Segundo ele, a capacidade de inovar é que determinará quem fica com as portas abertas e quem vai desaparecer nesse ambiente de crescente pressão tecnológica e de sofisticação do mercado. “Inovação precisa ser o centro da estratégia de desenvolvimento das empresas e, sobretudo, do país”, destaca.

Os resultados da pesquisa foram divulgados durante o 8º Congresso de Inovação da Indústria Brasileira, realizado nos dias 10 e 11 de junho, em São Paulo.

De acordo com 44% dos executivos, as atividades de inovação respondem por mais de 20% do faturamento de suas empresas. Um terço dos entrevistados disse empenhar mais de 5% de seu orçamento em inovação. Pouco mais da metade das empresas (55%) utiliza recursos próprios para financiar as atividades de inovação. “Os dados sugerem que a escassez de recursos públicos não deixou alternativa para as empresas além do uso de capital próprio”, diz a diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio.

A pesquisa indagou, também, o que precisa ser feito para aumentar a inovação. Os executivos apontaram:

  • 25% – ampliar e baratear o financiamento à pesquisa e desenvolvimento;
  • 21 % – desburocratizar os processos;
  • 19% – investir mais em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e em novas tecnologias;
  • 14% – aproximação com as universidades e centros de pesquisa (14%).

Editora Conteúdo/Abgail Cardoso

 

 

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