Multinacional de origem espanhola, o Grupo Cobra está lançando um programa de diversidade e inclusão, alinhado às práticas ESG. Christiane Dias, da área de Gente e Gestão, explica que a criação desse programa é uma forma de reunir e organizar ações que naturalmente já eram realizadas e que fazem parte da cultura da empresa, permitindo, agora, vislumbrar outras oportunidades.
As iniciativas do Grupo Cobra em relação à diversidade e inclusão atendem a oito dos 17 ODS da ONU. “Não criamos nada para atender especificamente os ODS. Tudo o que fazemos é parte da nossa cultura”, destaca a médica do trabalho, Dra. Maria Christina.
“Temos uma cultura propícia no Grupo Cobra, não encontramos barreiras dos gestores para a contratação de mulheres, negros e LGBTQIA+”, diz Christiane. A abertura para a diversidade e inclusão começa no processo seletivo, com uma abordagem que visa dar oportunidades para todos, mulheres, negros, idosos, jovens e LGBTQIA+.
Debates enriquecidos
Segundo Christiane, o avanço nas questões de diversidade e inclusão ganharam velocidade a partir da composição de sua própria área. “É muito importante ter a pluralidade na área de Gente e Gestão. Temos mulheres, representantes do público LGBT, negros. A diversidade é importante para enriquecer os debates”, diz. Além de Gente e Gestão, as discussões sobre diversidade e inclusão envolvem as áreas de Saúde Ocupacional, Segurança no Trabalho e Compliance, marcando a transversalidade desse tema na empresa.
Atuando num setor tradicionalmente masculino, o Grupo Cobra tem número crescente de mulheres no quadro de funcionários, incluindo cargos de liderança, como coordenadoras e gerentes. Mas, ao contrário do que se pode pensar à primeira vista, as mulheres estão ampliando sua participação não apenas nas áreas restritas a atuação em escritórios e não apenas em razão da causa pluralidade. Elas estão presentes e fazem a diferença em atividades no canteiro de obras – das mais leves às pesadas.
Nos projetos de energias renováveis, grande parte da equipe operacional é de mulheres. Elas operam empilhadeiras, caminhões basculantes e até mesmo a manipuladora, que é uma máquina gigantesca, robusta e delicada ao mesmo tempo, usada para movimentar as placas solares. “As placas solares são muito sensíveis, por isso, sempre que possível, preferimos ter mulheres nessa função. Elas têm mais habilidade e destreza, operam com mais assertividade e causam menos acidentes”, diz Marcos Pádua, gerente de Saúde e Segurança no Trabalho. Ele explica que as mulheres passaram a ganhar mais espaço nas obras desde o Projeto Chimarrão, em que elas fizeram armadura de ferragens. “Passamos a considerar a mão de obra feminina em funções que não imaginávamos antes.”
A diversidade está presente também com negros e pessoas de diferentes faixas etárias e raças. “A população brasileira está envelhecendo e continua trabalhando. Tivemos até reuniões com a operadora de seguro de vida para discutir o contrato para incluir as pessoas mais velhas. Não temos distinção de idade. Consideramos muito a bagagem desse grupo, que pode agregar muito. Há pouco contratamos uma pessoa de 70 anos. Não posso ter um contrato que limite idade”, diz Christiane.
Programas integrados
A Dra. Maria Christina destaca, ainda, o processo robusto para captação de PCDs por meio de parcerias com instituições de reconhecido saber, como a Secretaria da Pessoa com Deficiência, o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, a Associação de Pessoas com Deficiência (APABB) e a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR).
“Temos vários programas integrados que formam um programa de cuidado, juntando saúde ocupacional, que é a saúde do trabalhador, com ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação”, explica a médica do trabalho, que faz questão de dizer que foi recém-contratada na empresa e tem mais de 60 anos de idade, mais um indicador da cultura de pluralidade.
No pilar LGBTQIA+, um cuidado já praticado é na redação de comunicados internos, que prioriza palavras neutras em relação ao gênero. “Estamos nos reeducando nesse sentido, mudando a mentalidade. As pessoas são diferentes, e as empresas têm que ser plurais. Entendemos que diversidade é inclusão, não segregação”, conclui Christiane.
Editora Conteúdo/Melissa Kechichian