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COP30: Engenharia Industrial e o desafio da transição justa

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De 10 a 21 de novembro de 2025, Belém do Pará sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Pela primeira vez realizada na Amazônia, a conferência marca uma década desde o Acordo de Paris e acontece em um momento importante, em que o mundo precisa transformar compromissos em resultados concretos. O Brasil terá papel de destaque, apresentando-se como protagonista na transição energética e na construção de uma economia de baixo carbono, baseada na bioeconomia, na inovação e na preservação ambiental.

A engenharia industrial está no centro dessa transformação. É o setor que traduz as metas globais em soluções tangíveis — desde o desenvolvimento de tecnologias limpas até a implementação de processos produtivos mais eficientes e sustentáveis. As empresas de engenharia são chamadas a projetar infraestruturas, incorporar práticas de economia circular, reduzir emissões e integrar sistemas inteligentes de gestão de energia, água e resíduos.

Os temas da COP30 — como transição energética, adaptação climática, bioeconomia e inovação tecnológica — dialogam diretamente com a realidade da engenharia industrial brasileira. A adoção de fontes renováveis, o avanço do hidrogênio verde, a captura de carbono e a digitalização de plantas são movimentos que já moldam o futuro do setor. Nesse cenário, a engenharia digital se consolida como ferramenta indispensável para monitorar emissões, prever cenários e otimizar recursos, conectando tecnologia, eficiência e sustentabilidade.

Responsabilidade direta

Mas a transição climática não é apenas técnica. O conceito de transição justa, reforçado pela COP 30, coloca as pessoas no centro do processo. Isso significa promover inclusão, diversidade e capacitação, garantindo que o progresso ambiental gere também desenvolvimento social. O setor de engenharia tem responsabilidade direta nesse sentido — ao preparar profissionais para novas competências verdes e assegurar que a inovação beneficie comunidades, trabalhadores e futuras gerações.

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Flávia Galvão, coordenadora do Comitê de ESG da ABEMI

Na ABEMI, essa visão se reflete na atuação permanente de seus comitês, que integram conhecimento técnico e responsabilidade social. O Comitê ESG, em particular, busca fomentar boas práticas, estimular a governança e ampliar o protagonismo da engenharia nacional na agenda climática.

É fundamental ressaltar que uma governança corporativa sólida garante que decisões ambientais, sociais e econômicas sejam tomadas com transparência, responsabilidade e alinhamento aos valores da organização. A existência de uma cultura ética, disseminada em todos os níveis da empresa, é o que sustenta práticas ESG autênticas e duradouras.

Empresas que cultivam uma cultura ética e de integridade criam ambientes propícios à inovação responsável, ao respeito à diversidade e à inclusão, e à prevenção de riscos socioambientais. A governança corporativa, ao promover mecanismos de controle, prestação de contas e participação dos stakeholders, fortalece a confiança do mercado e da sociedade, além de contribuir para o cumprimento dos compromissos assumidos na COP 30.

Nesse contexto, o papel dos comitês de ESG é justamente integrar diferentes áreas de conhecimento, promover o diálogo entre setores e garantir que as estratégias de sustentabilidade estejam alinhadas à missão e aos valores das organizações. A cultura ética é o alicerce para que a engenharia industrial avance de forma sustentável, equilibrando produtividade, inovação e compromisso com o planeta e com as pessoas.

A COP30 representa, portanto, uma oportunidade histórica para o Brasil e para o setor: demonstrar que a engenharia industrial é essencial para um futuro sustentável, equilibrando produtividade, inovação e compromisso com o planeta.

Patrícia Fiad e Flávia Galvão,
Coordenadoras do Comitê ESG da ABEMI
(Associação Brasileira de Engenharia Industrial)

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