De 2016 para cá, sete estados brasileiros decretaram estado de calamidade financeira. Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Roraima, Mato Grosso e Goiás estão com suas contas desequilibradas, não conseguindo manter seus compromissos em dia. Além de atrasar o pagamento de funcionários, os governos estaduais deixam de pagar seus fornecedores e prestadores de serviço.
“Aí estão incluídas as empresas de engenharia, que estão sofrendo brutalmente com essa falta de pagamentos”, afirma Roberto Mendonça, ex-presidente da Setal e ex-presidente da ABEMI, destacando que o setor está perdendo os seus talentos. “As pessoas especializadas vão procurar outros setores. Desanimados, os engenheiros estão indo para o sistema financeiro”, acrescenta.
Segundo Mendonça, ao ajudar um estado a pagar seus funcionários, o governo federal deveria estender o socorro para os prestadores de serviço, dando um crédito tributário para regularizar os pagamentos atrasados. “Só ouvimos falar da dificuldade dos estados em pagar os funcionários diretos. Os prestadores de serviço também fazem o governo e têm funcionários. As empresas de engenharia estão indo à falência, perdendo-se a inteligência nelas acumulada”, ressalta.
O ex-presidente da ABEMI explica que o crédito tributário do governo federal poderia ser vendido, ajudando a amenizar o problema. Lembra ainda que o atraso no pagamento pode levar à prática do crime de concussão pelos funcionários públicos. “Para receber o seu dinheiro, algumas empresas cedem ao pagamento de propina, o que acaba deteriorando todo o sistema”, alerta.
Editora Conteúdo/Abgail Cardoso