Para evitar a disseminação da Covid-19, a retomada das obras no Estado de São Paulo deve seguir os protocolos do governo estadual e as diretrizes da Portaria Conjunta no 20 da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, órgão ligado ao Ministério da Economia. No caso das associadas da ABEMI, é preciso considerar também os próprios protocolos das empresas e ainda dos clientes quando o serviço é executado na “casa” deles.
Para garantir a aplicação dessas orientações, as equipes de SMS (Saúde, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional) são essenciais. “Elas são as guardiãs das boas práticas de higiene e comportamento seguro”, destaca Gilmar Ferreira Franco, responsável pelo Grupo de Trabalho de SMS da ABEMI. Nesta entrevista, o executivo fala sobre os impactos da pandemia no andamento das obras e sobre as providências que o GT recomendou para conter a doença.
Newsletter ABEMI – Como a pandemia de Covid-19 impactou o andamento das obras?
Gilmar Ferreira Franco – A pandemia afetou as obras basicamente de três formas. Algumas foram totalmente paralisadas, outras foram parcialmente paralisadas, e uma parcela continuou, mas, em razão dos protocolos de prevenção e disseminação da Covid-19, essas obras tiveram a sua rotina alterada, gerando uma grande morosidade no andamento das atividades. Portanto, o impacto da pandemia foi extremamente significativo no nosso setor.
Newsletter ABEMI – Como o Grupo de Trabalho de SMS da ABEMI atuou no enfrentamento da Covid-19?
Gilmar Ferreira Franco – A atuação do nosso GT de SMS foi muito importante nesse desafio. Fizemos e ainda fazemos reuniões constantes. No auge da crise, elas foram quinzenais e permitiram muita troca de experiências e disseminação das melhores práticas das associadas. O grupo agregou bastante no processo de enfrentamento da crise.
Newsletter ABEMI – Quais as orientações do GT para evitar a disseminação da Covid-19 nos canteiros?
Gilmar Ferreira Franco – De maneira geral, recomendamos a criação de protocolos para o enfrentamento da pandemia com regras de distanciamento social, incremento da limpeza e higienização das áreas, afastamento de pessoas dos grupos de risco, home office para as atividades em que é possível, fornecimento de EPIs para evitar a transmissão e contágio pelo novo coronavírus, redução da capacidade das áreas de convivência das obras e escritórios, como refeitórios, salas de café, salas de reuniões e outros espaços de uso comum. As medidas incluíam ainda a redução do número de passageiros nos ônibus de transporte da força de trabalho, distribuição de álcool em gel, máscaras descartáveis e protetores faciais, a recomendação de evitar aglomerações, treinamentos específicos, incremento da comunicação visual, monitoramento da saúde dos trabalhadores, medição constante da temperatura com termômetros de leitura a distância, anamnese clínica e testagem do Covid-19.
Newsletter ABEMI – Em que medida as empresas de engenharia e montagem estão preparadas para essa retomada das atividades?
Gilmar Ferreira Franco – As nossas atividades, via de regra, requerem trabalhos em equipes multidisciplinares. Esse fato aumenta o nosso desafio. Se por um lado estamos numa condição vulnerável, por outro lado estamos a cada dia melhorando os nossos protocolos, em razão desse cenário. Estou seguro em afirmar que estamos preparados para retomar às atividades com força total. Temos exemplos de obras que não foram paralisadas e que nem por isso perderam o controle da situação. Acompanho sistematicamente os números de casos do nosso segmento e por isso me sinto confortável em afirmar que estamos, sim, preparados.
Newsletter ABEMI – Como proteger a saúde dos trabalhadores nas obras?
Gilmar Ferreira Franco – Principalmente pela adoção e cumprimento dos protocolos citados. Quando um funcionário adentra um site, o tempo todo ele é monitorado quanto aos regramentos e protocolos de prevenção da transmissão da Covid-19. Na obra, a equipe de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional) funciona como guardiã das boas práticas de higiene e comportamento seguro. Fora do ambiente de trabalho nem sempre as condições são adequadas e não há um observador do aspecto comportamental. Por isso, é fundamental trabalhar sempre a conscientização das pessoas.
Editora Conteúdo/Abgail Cardoso