Melhoram as chances de o projeto da refinaria do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) ter continuidade. A Petrobras anunciou em 16 de outubro um Acordo Integrado de Modelo de Negócios com a China National Oil and Gas Exploration and Development Company (CNODC), subsidiária da CNPC.
O acordo prevê a realização de estudos de viabilidade para avaliação técnica do estado atual do Comperj, do planejamento do escopo e dos investimentos necessários para finalizar a construção da refinaria e sua avaliação econômica. Esses estudos serão conduzidos por um time de especialistas de ambas as empresas e consultores externos.
Conclusão do projeto
Segundo comunicado da Petrobras, depois de calculados os custos e benefícios do negócio, pretende-se formar uma joint venture, com 80% de participação da companhia e 20% da CNPC, que será responsável pela conclusão do projeto e pela operação da refinaria.
O documento também prevê a criação de uma joint venture no segmento de Exploração e Produção, que contará com a participação de 20% da CNPC no cluster de Marlim (concessões de Marlim, Voador, Marlim Sul e Marlim Leste) na Bacia de Campos. A Petrobras ficará com 80% de participação e será a operadora. Segundo a estatal, o petróleo pesado produzido no cluster de Marlim tem características adequadas à refinaria do Comperj e por isso terá alta conversão.
A assinatura do acordo representa, segundo o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, um passo importante no desenvolvimento da Parceria Estratégica entre as empresas para concluir a refinaria do Comperj e implementar um projeto consistente para revitalização do campo de Marlim.
Retomada estratégica
A notícia do possível reinício das obras do Comperj é estratégica para o país, segundo o presidente da ABEMI, Nelson Romano. “O Brasil precisa investir em refino, caso contrário a capacidade será insuficiente para processar o óleo extraído, e o nível de importação de derivados vai atingir um patamar bastante sensível até 2023”, diz Romano. Para ele, a retomada do Comperj será importante ainda para gerar reemprego significativo na região para mão de obra de execução.
Segundo Romano, a volta dos investimentos em refino vai revigorar a demanda de serviços de engenharia. “Nos projetos onshore, não existe a questão de conteúdo local. O que vai ser determinante é a competitividade e postura dos investidores. Será necessário um trabalho de competitividade muito intenso, já que parte das empresas de engenharia está fragilizada.”
Editora Conteúdo/Abgail Cardoso