Notícias divulgadas pela Petrobras reacendem as expectativas do setor de óleo e gás de Itaboraí, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. A primeira veio em março anunciando a retomada da construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). No início de julho, a Petrobras informou que assinou uma carta de intenções com a empresa estatal China National Petroleum Corporation (CNPC) para avaliar a retomada das obras de outros ativos do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), interrompidas em 2015.
Na UPGN, estão previstos investimentos de R$ 1,95 bilhão. Estima-se que serão gerados 2.500 empregos diretos. A obra será conduzida por uma Sociedade de Propósito Específico formada pela empresa chinesa Shandong Kerui Petroleum com a brasileira Método Potencial.
Maior unidade do país
De acordo com a Petrobras, a UPGN faz parte do projeto Rota 3, voltado para o escoamento da produção de gás natural de campos do pré-sal da Bacia de Santos. Será a maior unidade do país, com capacidade de 21 milhões metros cúbicos por dia. Quando a UPGN entrar em operação, em 2020, a capacidade de escoamento de gás do pré-sal passará dos atuais 23 milhões para 44 milhões de metros cúbicos por dia e contribuirá para reduzir a necessidade de importação de gás natural.
O setor de óleo e gás está agora na expectativa para saber quais serão os ativos que poderão ter as obras reiniciadas por meio de uma possível parceria com estatal chinesa CNPC. A carta de intenções prevê avaliar a conclusão da refinaria do Comperj, cuja obra foi paralisada quando mais de 80% estavam prontos. A unidade terá capacidade para processar 165 mil barris diários.
Prevê ainda a revitalização e extensão da vida útil do cluster (conjunto) de Marlim, que apresenta queda na produção. Esse conjunto de campos inclui Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, todos na Bacia de Campos. Será necessário substituir as instalações existentes e instalar novos poços e sistemas submarinos.
Segundo o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, a assinatura da carta de intenções, cujas negociações começaram em julho de 2017, é um passo importante na busca de parceiros para a conclusão da refinaria do Comperj e para garantir investimentos na revitalização do campo de Marlim.
Para a CNPC, esse acordo significa a oportunidade de fortalecer a parceria com a Petrobras, incluindo acesso a um projeto integrado com refino no Brasil. As duas empresas já são parceiras na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.
Editora Conteúdo/Abgail Cardoso