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Transição energética é destaque em palestras organizadas pela ABEMI

Panoramic Collage Of Power And Energy Concepts And Products

Como parte das discussões sobre transição energética para uma economia de baixo carbono é o tema que está na ordem do dia da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI). Tanto que a Associação vem realizando ao longo do primeiro semestre diversas palestras sobre o tema, com renomados profissionais. Destaque para a apresentação ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias), pela presidente-executiva Elbia Gannoum. De acordo com ela, as usinas eólicas já respondem por 11% da matriz energética brasileira e constituem cerca de 20 gigawatts de potência instalada. “A expansão dessa fonte de energia fez o país subir no ranking do Global Wind Energy Council (GWEC) e hoje ocupa a sexta posição em Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore, em 2021”, destaca a presidente.

Elbia Gannoum, da ABEEólica

O relatório do Global Wind Energy Council destaca ainda que o Brasil tem sido marcado por um crescimento virtuoso na última década, saltando de 1 gigawatts de potência instalada em 2011 para 21 gigawatts em janeiro de 2022. O líder do ranking é a China, com 310,6 gigawatts de potência instalada. O documento registra ainda que, hoje, a energia eólica é a segunda maior fonte de geração de energia do Brasil, atrás apenas da hidráulica.

Ressaltou ainda que ABEEólica realizou um estudo sobre os efeitos positivos da energia eólica e assim, quantificar os impactos diretos e indiretos dos investimentos em energia eólica para o PIB, para os empregos e também para a redução de emissão de CO2.  No caso do impacto do PIB, considerando o valor investido de 2011 a 2020, que foi de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos, concluiu-se que a cada R$ 1,00 investido num parque eólico tem impacto de R$ 2,9 sobre o PIB, após 10 a 14 meses. “Esta é a prova de que, além de ser uma energia renovável, a eólica também tem um forte componente de aquecer atividades econômicas das regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua indústria.

Fonte que mais cresce no mundo

Outro tema de ampla discussão foi sobre energia solar e seu futuro, incluindo a produção de hidrogênio verde, apresentado por presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Lopes Sauaia, quando afirmou que a “energia solar fotovoltaica é a fonte de energia que mais cresce no mundo. O Brasil é um dos países mais ensolarados e tem um tamanho continental que lhe dá a oportunidade de se tornar uma nação líder em energia solar fotovoltaica. Ainda há muito potencial a ser desenvolvido”.

Rodrigo Sauaia, da ABSOLAR

Com relação ao hidrogênio verde, o palestrante abordou a proposta de diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), apresentada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) que define um conjunto de ações que facilite o desenvolvimento conjunto de três pilares fundamentais para o sucesso do desenvolvimento de uma economia do hidrogênio: políticas públicas, tecnologia e mercado.

Segundo Sauaia, que o” hidrogênio vem se tornando prioridade estratégica para as políticas de energia e de clima de países do mundo todo, inclusive do Brasil, não apenas por ser um vetor energético, mas também por possibilitar o armazenamento de energia”. Ainda segundo especialistas do setor, o Brasil tem potencial para produzir hidrogênio verde em escala até 2025, em projetos desenvolvidos em diversos estados do País.

 Matriz equilibrada

Importante também foi o debate sobre energia nuclear, apresentado pelo presidente da ABEN (Associação Brasileira de Energia Nuclear), Carlos Henrique Mariz, que apontou que este tipo de energia é uma das fontes que mais cresce no mundo. Para tanto, mostrou o panorama mundial em que países desenvolvidos como os Estados Unidos, França e Coreia do Sul têm apostado nesta fonte, que também tem ganhado adeptos em desenvolvimento, como é o caso da Índia e da China, que pretendem aderir ao método nos próximos anos.

Carlos Mariz, da ABEN

Segundo o presidente da ABEN, a geração de energia elétrica no mundo é predominantemente de energia térmica, incluída a nuclear. Verifica-se que da produção total de eletricidade 40% é proveniente do carvão mineral, 23% de gás natural, 16% de hidroelétricas, 11% de nuclear, 5% de petróleo e o restante de eólica, solar e outros.A energia nuclear, destacou Mariz, “exerce um papel fundamental para concepção de uma matriz equilibrada, fornecendo segurança energética. Existem no mundo 444 usinas nucleares em operação, 54 em construção, 111 em aprovação e mais 330 em planejamento”.
É preciso que se compreenda a importância de uma matriz de energia elétrica bem equilibrada, onde a geração nuclear desempenha um importante papel de segurança energética e de baixa emissão de CO2, se quisemos obter metas elevadas de desenvolvimento econômico com sustentabilidade.

Profunda transformação

O mercado brasileiro de Gás Natural e Termeletricidade foi outro tema abordado na ABEMI, pelo engenheiro Rafael Teixeira da Silva Ribeiro, que atua no desenvolvimento de projetos na Compass Gás e Energia, subsidiária da COSAN. Em sua apresentação, Ribeiro destacou a geração termelétrica a gás natural e o seu importante papel de complementação da geração hidrelétrica. Em particular, devido à expansão das fontes renováveis intermitentes, como eólica e solar, a termelétrica a gás natural tem sido apontada como uma tecnologia adequada para ser acionada nos períodos de indisponibilidade da geração a partir dos ventos e do sol. O potencial teórico de expansão das termelétricas a gás natural é estimado em até 27.000 MW, levando em conta prioritariamente a expansão de usinas em ciclo combinado. Nesse sentido, um dos principais desafios ao aproveitamento dessa fonte é a disponibilidade do gás natural.

Alguns fatores contribuíram para restringir essa disponibilidade como a pandemia, crise hídrica invasão da Ucrânia, que impactaram inclusive os preços. Porém a evolução dos setores de gás e eletricidade abrem novas oportunidades para aprimorar a integração gás-eletricidade.  “O setor energético do País vive uma profunda transformação, tornando-se cada vez mais diversificado e complexo. Neste cenário, a participação do gás na matriz energética brasileira deve crescer significativamente”, destaca Ribeiro. Estudos mostram que a produção de gás natural no Brasil deve dobrar em dez anos, sobretudo em razão das reservas do pré-sal. Segundo o executivo, este aumento de produção, aliado às iniciativas de abertura do mercado propostas pelo governo, pode oferecer oportunidades às empresas privadas no desenvolvimento e integração dos setores de gás e energia.

Editora Conteúdo

 

 

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