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ABEMI articula a criação de curso técnico para projetista de tubulação

Piping System From Above

A falta de cursos técnicos específicos e atualizados para algumas funções do setor de engenharia industrial é um problema antigo, para o qual a ABEMI busca soluções. Foi formado um grupo de trabalho, liderado pelos diretores Cedric Romano, Thomaz Americano e Márcio Cancellara, que vai articular a aproximação do setor com instituições de ensino, a fim de propor a criação de cursos profissionalizantes para técnicos e projetistas, começando por projetista de tubulação, que representa até 40% do volume de trabalho de um projeto.

Cedric lembra que a formação desses profissionais historicamente tem acontecido na prática, colocando-se técnicos de outras áreas, como mecânica e elétrica, por exemplo , para aprender no dia a dia com projetistas experientes. “Sempre tivemos bons resultados com essa transferência de conhecimento, mas consideramos que é importante ter uma formalização do conhecimento”, pontua.

Thomaz Americano, diretor de Engenharia da ABEMI

Para responder ao crescimento da demanda de projetos de infraestrutura, que exige contratar pessoal, será necessário conceber nova estratégia ou novas soluções, já que, quando ocorre o aquecimento do setor, que é cíclico, as empresas têm necessidade de alocação de profissionais com experiência, dificultando a absorção de profissionais iniciantes devido à limitação de recursos e tempo para promover essa formação internamente.

“Nossa ideia é atuar para mitigar os problemas de qualificação do pessoal que está entrando na área, especialmente os de nível técnico. O setor precisa de profissionais que venham com pelo menos o conhecimento básico sobre as particularidades da engenharia industrial”, diz Cedric.

Plano acadêmico

O primeiro passo do grupo da ABEMI será a busca de uma instituição profissionalizante, como Senai, FATECs e outras, para apresentar a demanda do setor visando à criação conjunta de um plano acadêmico focado nas necessidades da indústria e de cunho prático. Definir como será ofertado esse curso e possíveis parcerias com fornecedores de softwares e computadores adequados para rodá-los são questões que também precisarão ser equacionadas.

 

Os trabalhos do grupo estão se iniciando agora e a expectativa é preparar a formatação do curso para que em dois anos a primeira turma esteja apta. Na opinião de Cedric, a criação de um curso técnico formal valoriza a profissão, que atualmente não tem direito a ter registro no CREA.

Com grande experiência no setor, Márcio Cancellara já testemunhou diversas dessas crises de mão de obra. “Nos períodos de baixa, as empresas de engenharia de projetos industriais não conseguem manter suas equipes. Nosso setor tem uso intensivo de mão de obra, 80% do nosso custo é salário. Sem serviço, não tem como bancar”, explica. Como não poderia ser diferente, os profissionais da área acabam migrando para outros setores.

“Por meio de redes sociais, podemos encontrar e convidar para processos seletivos profissionais com experiência em projetos, mas que estão atuando em outras áreas. A tecnologia ajuda muito nesse sentido”, diz Thomaz. No momento atual, Cancellara diz que uma das dificuldades adicionais é a falta de profissionais de nível de conhecimento/formação intermediário, e as empresas têm investido no treinamento interno. Recém-formados e estagiários são treinados por profissionais experientes nas especificidades técnicas da engenharia industrial.

Por outro lado, os mais jovens também contribuem na qualificação de profissionais mais velhos devido à sua habilidade em novas ferramentas como hardware e software de modelagem 3D. “Essa solução interna resolve a necessidade imediata, mas é importante que as instituições de ensino se adequem ao mercado, e essa é uma questão que precisa ser negociada com a instituição de ensino e com associações como a ABEMI, para se obter mais assertividade”, diz Cancellara.

Na visão de Thomaz, como solução de curto prazo, a ABEMI pode ajudar a direcionar esse treinamento interno estabelecendo uma grade curricular. “É importante também que as empresas tenham estratégias para garantir que as pessoas que foram treinadas permaneçam no projeto, porque atualmente outro grande desafio tem sido a migração de profissionais para empresas que foram privatizadas”, observa.

Editora Conteúdo

 

 

Cedric, favor confirmar esta frase

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