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Associação discute temas relevantes para o país em uma série de webinars

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Para aprofundar o conhecimento e ajudar o setor de engenharia e serviços a se preparar para participar dos próximos projetos, a ABEMI tem promovido uma série de eventos online com especialistas convidados. Ao longo de 2020, foram realizados diversos webinars, que discutiram temas variados e de grande interesse para o setor. Só nos últimos dois meses de 2020, foram oito eventos.

Confira a agenda de novembro e dezembro:

Oportunidades de negócios com a Petrobras

6 de dezembro  – Rodrigo Ugarte, da área de Suprimentos, falou sobre o foco da companhia na geração de valor de forma ética, segura e competitiva, na busca da redução de custos de capital, na otimização de ativos e na atuação transparente. Entre as estratégias de suprimentos, ele citou a redução de interfaces, o foco na redução de ineficiências, o pagamento vinculado a performance, o ganho de escala, envolvimento do mercado previamente à licitação, simplificação e padronização de documentação. Segundo Rodrigo, a Petrobras vem trabalhando em pesquisas de energias renováveis, visando ao futuro. Neste momento, o foco dos investimentos está em seus ativos de classe mundial e em programas que visam reduzir o risco exploratório e acelerar o tempo para extração do primeiro óleo. Márcio Pereira, também da área de Suprimentos, informou que há US$ 50 bilhões em investimentos previstos até 2025 – 71% desse total em áreas do pré-sal. O campo de Búzios deve receber a maior fatia, 35%. Hoje há 8 plataformas em construção, cinco em processo de contratação e uma em estudo. Nos próximos meses, deve ser lançada licitação para a contratação de sondas, serviços de poços e sistemas submarinos de coleta e exportação.

 

Oportunidades no setor de tratamento de águas e efluentes

23 de novembro  – O engenheiro sanitarista e diretor técnico do Portal Tratamento de Água e Portal Saneamento Básico, Eduardo Pacheco, falou sobre os novos desafios dos gestores para prover água tratada de qualidade. Um dos problemas é a queda na qualidade da água bruta disponível, especialmente nas regiões metropolitanas, onde é crescente a ocupação das áreas de mananciais. Sem coleta e tratamento, os efluentes dessas regiões contaminam os reservatórios. Como é mais difícil remover essa população, é preciso investir em novas tecnologias de tratamento. Outro desafio é a necessidade de buscar água bruta cada vez mais longe, o que demanda a construção de adutoras. Segundo Pacheco, a tendência é de crescimento do consumo de água potável, industrial e de irrigação, de redução de fontes de água bruta de boa qualidade, da geração de efluentes cada vez mais complexos e do aumento das exigências de qualidade. Como consequência, haverá a necessidade do reúso de efluentes, que demandam novas tecnologias de tratamento e soluções integradas.

 

Diretrizes para universalização do saneamento no Brasil

19 de novembro – Paula Fernanda Morais Andrade Rodrigues, coordenadora da Divisão Técnica de Engenharia Sanitária, Recursos Hídricos e Biotecnologia do Instituto de Engenharia, apresentou um estudo feito antes da aprovação do novo Marco Regulatório do Saneamento Básico, que traz diretrizes para a universalização do tratamento de água e esgotamento sanitário, com medidas de curto, médio e longo prazos para as três esferas de governo executivo, para o Congresso Nacional, a mídia e a escola/universidade. Além de fazer pesquisa bibliográfica, sua equipe entrevistou 23 especialistas de diversas instituições, como DEINFRA, ABCON, ASSEMAE, COBRAPE, ABETRE, SIMA, Secretaria Nacional de Saneamento, Banco Mundial, agências reguladoras e do próprio Instituto de Engenharia. O estudo aponta que a universalização de água e esgoto deve ser atingida em 2040, portanto sete anos após a meta imposta pelo Marco Regulatório, o que exigirá investimentos anuais de R$ 25 bilhões nos próximos 20 anos.

 

Transformação digital e inovação no pós-pandemia

24 de novembro – Segundo o secretário de empreendedorismo e inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, o Brasil já tem uma estratégia nacional de digitalização e um plano de IoT (Internet of Things), e o desafio é colocá-los em prática, trazendo benefícios para o setor empresarial e a sociedade. Ele disse que a pandemia acelerou a transformação digital. “Fizemos em nove meses o que não fizemos em 20 anos. Toda a sociedade se envolveu.” Alvim afirmou que a inovação de processos, produtos e modelos de negócios é o que puxa a transformação digital. Nesse sentido, ele destacou a importância da criação do ABEMI Lab. “Vejo os labs como aceleradores de resoluções de problemas.” Alvim apontou a tendência de cidades inteligentes e sustentáveis como um eixo de oportunidades para os associados da ABEMI, já que vão impactar mobilidade, energia, refrigeração e iluminação, o que demanda engenharia e montagem inteligentes. Ele afirmou que os serviços digitais também merecem atenção do setor e que a ABEMI tem um papel importante na qualificação de profissionais para a incorporação de novas tecnologias.

 

O mercado de biogás no Brasil

 27 de novembro – De olho no potencial de crescimento do biogás, o GT de Saneamento Básico convidou o presidente e fundador da ABiogás (Associação Brasileira do Biogás) e fundador da Geo Energética, Alessandro Gaderman, para falar sobre o potencial desse mercado. Segundo Alessandro, o Brasil tem o maior potencial de biogás do mundo, e sua maior aplicação tem sido na agroindústria. Dentre diversos avanços, dois fatores foram essenciais ao desenvolvimento do biogás: a abertura à participação do biogás nos leilões e a regulação do biometano agrossilvopastoril, que pôde ser vendido com qualidade de gás natural intercambiável. Citado pela primeira vez no Plano de Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2017, o potencial do biogás já é estimado em 4 GW. Em 2020, pela primeira vez, um projeto de biometano foi certificado no RenovaBio, no Ceará. Versátil, o biogás pode ser obtido a partir da decomposição de qualquer matéria orgânica, podendo gerar energia elétrica, calor, frio, biometano ou biocombustível. O potencial brasileiro é gigantesco: 120 milhões de m3 por dia gerados a partir de resíduos que não estão sendo aproveitados, o equivalente a 800 mil de barris de petróleo ou a mais de 20 GW por dia. Poderia suprir cerca de 38% da demanda de energia elétrica ou 70% do diesel. A participação na matriz energética vem crescendo, mas ainda é inferior a 1%. A meta da ABiogás é produzir 30 milhões de m3 de biogás por dia até 2030, o que demanda investimento de R$ 50 bilhões. Uma das vantagens é a possibilidade de produção descentralizada.

 

Impactos da pandemia nos contratos de construção

1o de dezembro  – A quarentena por causa da covid-19 pegou o mercado de surpresa e trouxe uma série de dúvidas a respeito do cumprimento dos contratos de serviço, levando a pleitos injustificados e conflitos. O GT Jurídico, coordenado por Maria Michielin, convidou especialistas para esclarecer o assunto. Adriana Sarra de Deus, do escritório Toledo Marchetti, explicou que não necessariamente a pandemia é um caso fortuito ou de força maior, mas muitos donos de obras e construtores tentaram se eximir de suas obrigações, classificando precipitadamente o evento dessa forma. Caso o contratante ou a contratada tenham dificuldade para cumprir as obrigações acordadas, Adriana afirma que existem outras possibilidades de enquadramento jurídico, que permitem construir uma solução para o problema. “Não pode ser um raciocínio automático. Depende de análise jurídica e tratamento individualizado”, disse. Especialista em resolução de conflitos, Alexandre Simões explicou que o conflito não é melhor saída e que existem outras esferas para encaminhar esse tipo de questão, como negociação e repactuação direta entre as partes, e as mediações, entre outras, que podem apresentar resultados mais eficientes e rápidos do que as cortes judiciais e os tribunais arbitrais.

 

Programa Mais Valor com novas soluções financeiras para fornecedores

8 de dezembro – Num webinar que contou com a participação do diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Petrobras, Roberto Ardenghy, Letícia Duarte, responsável pelo programa, apresentou um novo programa criado pela companhia para facilitar o acesso a capital de giro para pequenos e médios fornecedores. Operado por meio de uma plataforma, o Programa Mais Valor é uma maneira mais rápida e segura para o fornecedor fazer a antecipação de faturas da Petrobras. As taxas são definidas por meio de um leilão reverso, e a plataforma seleciona automaticamente a instituição financeira que ofereceu a melhor taxa. O recurso é liberado no mesmo dia e é isento de IOF, entre outros benefícios para o fornecedor.

 

Cenário para investimentos em saneamento

18 de dezembro – Edison Carlos, presidente do Trata Brasil, apresentou os resultados de um estudo que mostra a estagnação dos investimentos em saneamento básico. De 2014 a 2018, houve queda de 12,3% nos investimentos totais em água e esgoto, evidenciando que apenas recursos públicos não são capazes de fazer o país avançar nessa área, com reflexos diretos na saúde. Somente São Paulo, Paraná e o Distrito Federal conseguiriam atingir as metas de universalização mantendo os atuais níveis de investimento. Nas últimas posições, Piauí e Amapá precisariam multiplicar por 16,36 e 18,43, respectivamente, o volume atual de recursos para cumprir as metas. Além de ampliar a oferta de água, o combate às perdas, que chegam a quase 40%, é prioridade absoluta, considerando os prejuízos financeiros e a crise hídrica. Para a cadeia produtiva, o novo marco regulatório do saneamento básico traz grandes oportunidades. Serão necessários 662 mil km de redes de água e 325 mil km de redes de esgoto, o que vai movimentar todas as indústrias de produtos e serviços, gerando milhares de empregos e melhoria das condições de vida da população atendida. “A lei foi um avanço. Precisamos fazê-la andar.”

Editora Conteúdo/Abgail Cardoso

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